Recolha de amostras suspensa mas "é para continuar"
A recolha de amostras está, para já, suspensa e por um período previsível de 60 a 90 dias, segundo informou o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST).
O presidente do IPST, Helder Trindade, disse hoje à agência Lusa que esta suspensão tem como objetivo "avaliar a atividade do banco", nomeadamente a qualidade das amostras recolhidas.
Helder Trindade garantiu, contudo, que "o banco público de sangue do cordão umbilical [Lusocord] é para continuar".
Esta decisão surge sete dias após a extinção da Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação (ASST), cabendo agora à DGS aplicar as suas recentemente reforçadas competências, nomeadamente no domínio da monitorização e controlo da qualidade e da segurança das atividades dos serviços de sangue e colheita.
O diretor geral da Saúde, Francisco George, garantiu à Lusa que o organismo que dirige está "a acompanhar a situação do Lusocord de uma forma muito ativa", escusando-se a revelar mais pormenores desta ação.
Também a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito, depois de serem conhecidas algumas irregularidades no Centro de Histocompatibilidade do Norte (CHN), onde funciona o banco público de células do cordão umbilical.
Estas "irregularidades de gestão, processuais e financeiras, no CHN" foram detetadas por responsáveis do IPST que, na última semana, visitaram o Centro de Histocompatibilidade do Norte, assim como o Lusocord, disse Helder Trindade.
O responsável garante que em breve será conhecido um relatório sobre a situação detetada e conhecido o futuro das amostras recolhidas.
Desde que entrou em funcionamento, em 2009, o Lusocord recebeu mais de 28.500 doações de sangue do cordão umbilical, tendo criopreservado mais de oito mil.